O papel da Sakata na tropicalização de alfaces no Brasil

Com origem na região do mediterrâneo (Europa), a alface possui uma adaptação genética natural às condições de clima ameno, que é muito diferente do clima tropical existente na maior parte do território brasileiro. Esta característica levou, por muito tempo, ao predomínio do seu cultivo no período de inverno, se concentrando nas regiões Sul e Sudeste do país, limitando a produção.

Diante deste cenário, a Sakata passou então a realizar um forte e dedicado trabalho de pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao longo dos anos, para atender a necessidade dos alfacicultores brasileiros. Desde o início, o grande desafio para a tropicalização foi a adaptação das variedades às altas temperaturas e à umidade, que exigem cultivares mais resistentes ao pendoamento precoce e tolerantes às pragas e doenças.

Graças a um trabalho intensivo de melhoramento genético, as variedades foram gradativamente se adaptando ao clima brasileiro. Neste contexto, a Sakata, desde a sua origem como Agroflora, desempenhou um papel importantíssimo no desenvolvimento de novas variedades ao longo dos seus 54 anos de história no Brasil. Com grande investimento e conhecimento técnico em melhoramento genético convencional, foram incorporadas características como tolerância ao calor e resistência às principais doenças, além de rusticidade de planta.

Deste trabalho, podemos citar algumas variedades comerciais de alface que se tornaram marcos devido à quebra de paradigmas em função do grande avanço tecnológico que proporcionaram em sua época: Áurea, Elisa, Regiane e Larissa (Lisas); Verônica, Vera, Vanda, Valentina, Isadora, Jade e Psiquê (Crespas Verdes); Scarlet e Carmim (Crespas Roxas); Tainá, Silvana, Dora, Serena, Dandara e Tieta (Americanas); Mimosa SDA, Lavínia e Angélica (Mimosas) e Sophia (Romana).

No passado, as pesquisas para o desenvolvimento de novas variedades geneticamente superiores eram realizadas somente com base no que os produtores desejavam, como a adaptação às condições tropicais, produtividade, aumento da resistência ao ataque de patógenos e rusticidade. Porém, de alguns anos para cá, tornou-se necessário olhar também para as demandas do consumidor final, buscando entregar novas variedades ao mercado com as melhores propriedades organolépticas (percebidas pelos sentidos) possíveis, além de produtos diversificados em diferentes segmentos ou tipos.

Ao longo dos anos, a Sakata ampliou o seu escopo de trabalho de pesquisa em todos os segmentos de alface e o dividiu em duas linhas: uma para o desenvolvimento de variedades com alta adaptação ao cultivo em campo aberto e a outra para o desenvolvimento de cultivares adaptadas aos sistemas de cultivo protegido como hidroponia, telado e estufa. Nestas duas vertentes, além das demandas de cultivo, a empresa também empreende esforços de pesquisa para atender os consumidores. Para isto, desenvolve variedades com maior durabilidade pós-colheita e que sejam adaptadas ao processamento, condição esta que exige folhas em maior número, uniformes, menos quebradiças e mais tolerantes à oxidação.

Atualmente, o Departamento de Pesquisa da Sakata no Brasil conta com uma equipe técnica altamente qualificada, que é composta por: dois melhoristas/geneticistas, que reúnem mais de 20 anos de experiência na área; um assistente técnico especialista em alface para implantação, condução e avaliação dos ensaios externos, com mais de 17 anos de experiência; além de um grupo técnico composto por um técnico agrícola, um mestre rural e mais de 10 funcionários de campo, dedicados exclusivamente para pesquisa e desenvolvimento de variedades de alface geneticamente superiores.

Desta forma, a Sakata tem trabalhado intensamente no desenvolvimento de variedades mais eficientes e inovadoras do ponto de vista de cultivo, qualidade, transporte e processamento. Além disso, cada vez mais a companhia busca diferenciais em seus produtos como: brilho, cor mais atrativa, sabor e maior qualidade nutricional – tudo isto, visando atender os produtores, os comercializadores, a indústria de processamento e o consumidor final, com a máxima qualidade possível.

Boa leitura a todos!

Aniello Antonio Cutolo Filho, Gerente de Melhoramento Genético da Sakata

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